sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mr. Love: Queen's Choice ~ Capítulo 9 (Lucien) ~ "Sonho Frustrado"

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♦ Capítulo 9 -  Sonho Frustrado ♦





♕ Parte 1


Eu me sentei na cama e o observei enquanto ele deliberadamente descascava uma maçã.

Os seus dedos longos e finos trabalhavam como os de um cirurgião, enquanto a lâmina seguia os contornos da maçã, removendo sua casca em uma longa tira.

Ele olhou para mim, e a luz suave do sol iluminou seus olhos calmos no mesmo momento.

Lucien: Depois de ter te deixado em casa do orfanato, eu recebi uma ligação dizendo que o laboratório teve uma grande descoberta.

Lucien: Na regeneração de células nervosas.

Lucien: Nós nunca tivemos uma estimativa certa antes, mas desta vez finalmente conseguimos algo.

Lucien: É por isso que eu não tenho voltado para casa ultimamente.

Os lábios do Lucien tremeram um pouco, e eu de alguma forma me senti culpada.

Mei: Okay...mesmo que eu não tenha entendido direito...

Lucien: (Sorrindo) Eu sei.

Ele cortou a maçã e ofereceu os pedaços para mim em um prato.

Lucien: Pegue.

Mei: Obrigada...

Eu dei uma mordida, e a leve acidez de uma maçã não totalmente madura permeava minha boca.

Mei: Como você sabia que eu estava no hospital?

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu e um homem com um jaleco de médico entrou.

Médico: Professor Lucien! Você chegou aqui rápido!

Lucien se levantou e cumprimentou o homem.

Lucien: Saudações, Doutor Lewis.

Eles trocaram gentilezas antes do médico perceber as mangas do Lucien dobradas para cima e a maçã.

Dr. Lewis: Você é muito atencioso com a sua namorada.

Eu senti uma pontada de vergonha.

Mei: Eu sou só uma amiga...

Aquilo me fez engasgar com um pedaço de maçã, e meu rosto ficou muito vermelho.

Mei: *Cof* *Cof*...

Lucien riu e deu um tapinha nas minhas costas.

Lucien: Devagar. Ninguém está brigando com você por isso.

O médico, confuso, circulou pelo quarto com as mãos nos bolsos.

Dr. Lewis: Oh, senhorita, você deveria tê-lo visto quando eu disse a ele que você estava no hospital...

Lucien: Dr. Lewis, eu agradeço muito por você estar cuidando bem dela.

Lucien interrompeu o médico, seu tom suave não entregava seus verdadeiros sentimentos.

O doutor fez uma cara feia e então conferiu o prontuário médico na minha cama.

Mei: Eu apenas tive muita emoção para um dia só, nada sério...

Dr. Lewis: Jovem, parece que ultimamente você tem se estressado bastante e não descansou o suficiente. Se continuar assim, você estará pedindo por problemas.

Eu dei uma pequena pausa mental. Realmente tem sido uma coisa atrás da outra ultimamente. Talvez eu possa usar essa oportunidade para ir mais devagar e pegar mais leve.

Eu não discuti e esperei por mais diagnósticos do médico.

Mas um som alto de vibração preencheu o quarto. Lucien pegou seu celular.

Lucien: Desculpe por isso. Eu vou atender lá fora.

Mei: Okay.

O Doutor Lewis relaxou assim que o Lucien estava completamente fora de vista.

Mei: Você conhece o Professor, Doutor Lewis?

Dr. Lewis: É claro, eu que disse para ele vim.

Dr. Lewis: Quando eu estava fazendo minhas rondas, eu vi que você parecia familiar e liguei para ele. E então ele veio.

Mei: Hã? Você me reconheceu?

Dr. Lewis: Haha, você não se lembra daquela vez que ficou doente e ele te trouxe aqui?

Dr. Lewis: E depois, se não estou enganado, uma de suas colegas veio te visitar também.

Eu me lembrei de quando eu fui hospitalizada com uma febre alta e a Anna veio me visitar.

Mei: Ah é...

Dr. Lewis: Aí está. Eu tinha acabado de conhecê-lo não muito antes disso e me deparei com ele novamente aqui.

Então é por isso! Não é à toa que Lucien está aqui agora.




♕ Parte 2


Lucien voltou depois de ter atendido a curta ligação.

Lucien: Como ela está, doutor?

Dr. Lewis: Bem, apesar de um leve desequilíbrio hormonal. Uma medicação intravenosa deve corrigir na hora.

Mei: Isso é necessário?

Eu estremeci quando ouvi "medicação intravenosa".

Dr. Lewis: Uh-huh. Deixe-me chamar a enfermeira.

O médico saiu do quarto.

Logo depois, uma enfermeira entrou com um kit de medicação. Ao ver o Lucien, seu rosto ficou vermelho.

Enfermeira: Hmm, Dr. Lewis me mandou.

Lucien: Obrigado.

Enfermeira: De...De nada..

Lucien: Você está com medo?

Por um momento eu não tinha percebido que ele estava falando comigo.

Mei: Eu acho que não...

Lucien: Então por que você não falou uma palavra desde que a enfermeira entrou?

Lucien tinha uma expressão de "Te Peguei!" em seu rosto.

Mei: Ta bom, eu admito. Mas só um pouquinho.

Lucien: Você tem que ficar parada, caso contrário vai doer.

Lucien deu a aprovação para a enfermeira.

Lucien: Por favor, seja gentil com ela.

Enfermeira: O--okay.

Eu me encolhi instintivamente sob as cobertas quando vi o líquido esguichando para fora da agulha fina.

Não posso dizer que era medo, é só que as agulhas sempre me deixavam enjoada e eu queria puxar meu braço para trás.

Mas eu também me senti um pouco envergonhada com o pedido do Lucien para a enfermeira.

Eu sou uma mulher adulta, não uma criança. Ao pensar isso, eu rolei a manga da minha blusa mais pra cima.

Mei: Tudo pronto, enfermeira.

Eu ouvi o Lucien rir alto, e a curva de seus olhos pareciam estar ainda maiores.

Lucien: Parece que ela se animou. Tudo pronto, enfermeira.

Ele estava zombando de mim.

Mei: Você está tirando o atraso por todo o tempo que ficou sem me provocar?

Aquilo o pegou de surpresa.

Lucien: Quem, eu?

Ele falou como se nunca tivesse dito essas duas palavras para ninguém antes.

E então ele rapidamente sorriu de novo, mas um pouco menos presunçoso do que antes.

Lucien: Eu só achei engraçado a maneira que você agiu, como se fosse um guerreiro indo para uma batalha.

Ele bateu no meu nariz intimamente com um dedo.

Lucien: Não pense que você pode enrolar. Dê a medicação a ela, está bem, enfermeira?

A enfermeira nervosa concordou e esfregou o álcool nas costas da minha mão.

O rosto dela super vermelho era uma prova do seu fascínio pelo Lucien, e ela tinha acabado de conhecê-lo.

Lucien: O que você está pensando?

Mei: Nada...

Eu sorri, sabendo que eu não iria dizer que ele era um super imã de mulheres.

Senti uma picada subindo pela minha mão e apertei os olhos com dor.

Enfermeira: Por favor não se mexa senhorita...*suspira*. Perdi a veia. Vamos ter que tentar de novo.

Algumas gotas de sangue pingaram da minha mão. A enfermeira me entregou uma bola de algodão.

Mei: Mas eu não me mexi...

Eu estava confusa. Eu realmente me mexi sem ter percebido?

Eu apertei o algodão enquanto a enfermeira preparava uma nova seringa.

Uma mão me alcançou e pegou o algodão, pressionando-o levemente na minha mão.

Lucien: Não tão forte ou vai causar um hematoma.

Ele então olhou para a enfermeira.

Lucien: Perder a veia só vai deixá-la mais nervosa, então vá devagar e com calma.

Ele falou em sua maneira habitual e indiferente, mas eu ouvi uma pitada de alienação em seu tom.




♕ Parte 3


A enfermeira suspirou e começou de novo.

Lucien tirou o algodão e segurou meu pulso gentilmente.

Eu senti a picada da agulha de novo, e dessa vez a enfermeira habilmente aplicou a gaze e o esparadrapo depois.

Lucien: Tudo pronto. Agora durma um pouco.

Ele olhou para mim com olhos brilhantes, colocou meu cabelo para trás e me cobriu.

Eu concordei, virei de lado e fechei os olhos.

Eu ouvi as cortinas da janela serem fechadas, seguido por leves passos e a porta se fechando.

Lucien está indo embora? Acho que sim, já que o Dr. Lewis disse que ele só veio para me ver.

Eu vou agradecê-lo depois, quando eu tiver alta.

Eu acordei depois de não sei quanto tempo e encontrei minha mão descansando quentinha e confortável na mão do Lucien.

Ele tirou os olhos do livro que estava lendo e olhou para mim.

Ele não tinha ido embora?

Eu me desliguei por um momento antes de encontrar os olhos dele.

Subconscientemente eu puxei minha mão e ele me segurou pelo pulso.

Lucien: Está acordada?

Como se lesse minha mente, ele sorriu e me soltou.

Lucien: Eu não queria que você rolasse em cima da agulha intravenosa enquanto dormia.

Eu não sabia se era o sol ou o cobertor pesado, mas meu rosto estava muito vermelho.

Mei: Eu pensei que você tinha ido embora.

Lucien: Eu nunca disse que estava indo embora.

Mei: Mas você...

Lucien: Eu saí para comprar algo e pegar um livro enquanto estava lá.

Mei: Oh, me enganei então...

Lucien: O que você pensou?

Mei: Nada. Eu acho que ainda estou meio grogue...

Mei: Que livro você está lendo?

Eu mudei de assunto rapidamente.

Lucien: "Loucura e Civilização" de Foucault.

Mei: Loucura?

Lucien: Sim, mas não é a loucura no contexto comum que você está pensando.

Lucien: Quando você era pequena, alguma vez já fingiu que animais, ou até mesmo plantas, conversavam com você?

Mei: Sim...

Eu concordei, um pouco envergonhada.

Lucien: Se importa de me contar sobre isso.

Mei: Eu assistia muito anime e pensava que um gato preto iria me encontrar e me transformar em uma Sailor Moon.

Mei: Então eu alimentava e conversava com um gato de rua todos os dias, esperando que ele fosse me transformar...

Lucien estava ouvindo tudo intensamente enquanto eu lentamente contava essa história vergonhosa da minha infância.

Lucien: Então o que aconteceu?

Mei: O gato desapareceu, e então eu percebi que a Sailor Moon não existia nesse mundo.
Ele se aproximou e me olhou gentilmente.

Lucien: Imaginação é como os humanos deixam escapar emoções que, de outra forma, seriam incapazes de expressar.

Lucien: Eu acredito que todos fizeram isso quando eram crianças, não só você.

Mei: Você não acha que eu fui idiota?

Lucien: Não.

Lucien: É uma progressão irreversível do simples ao complexo.

Lucien: Se eu te conhecesse naquela época, Eu observaria o gato e me certificaria de que ele não te deixasse.

Meu coração acelerou. Uma brisa levantou a cortina branca enquanto o quarto caía em um pacífico silêncio.

Dr. Lewis: Ahem, com licença.

Eu não fazia idéia de quanto tempo o doutor Lewis estava parado na porta. Ele entrou e gentilmente tirou o acesso da minha mão.

Dr. Lewis: Parabéns, você está dispensada!

Mei: Eba! Eu posso sair agora!

Eu me espreguicei e meu estômago roncou, me lembrando que eu não tinha comido nada desde o Encontro de Hackers.

Lucien: Coma isso para se manter.

Eu vi uma lata de laranjas ser colocada na minha frente. Eu olhei para o Lucien.

Lucien: Que? Você não gosta?

Mei: Eu gosto. Eu gosto muito...Obrigada!

Lucien: Que bom.

Eu peguei a lata. A tampa já estava aberta.

Eu coloquei um pedaço na boca e aproveitei a doçura refrescante da laranja.

Mei: Eu me lembro que comer fruta enlatada sempre me fazia sentir melhor quando eu ficava doente quando era criança.

Mei: Eu pensava que isso era a melhor coisa no mundo e queria comer todos os dias.

Lucien me ouvia em silêncio sem um pingo de impaciência.

Mei: Lucien...você me vê como uma criança?

Lucien: De jeito nenhum. Lembra o que eu acabei de dizer? Você pode levar o tempo que quiser crescendo junto comigo.




♕ Parte 4


"Você pode levar o tempo que quiser crescendo junto comigo."

Por que ele disse aquilo? Eu estava pensando sobre isso durante todo o caminho ao sair do hospital.

A cidade no fim do verão era um espetáculo. A luz do sol brilhava em todo o rosto do Lucien através das folhas.

Eu vi uma pequena mala no banco de trás assim que entrei no carro.

Dr. Lewis mencionou que ele havia chegado aqui bem rápido...ele nem foi para casa primeiro?

Lucien se aproximou para colocar o cinto de segurança em mim.

Mei: Está tudo bem, eu posso fazer isso sozinha...

Lucien: Está bem.

Ele colocou seus dedos finos no volante e manteve os olhos a frente.

Nós chegamos no meu prédio. Assim que ele acabou de desligar o carro, o celular dele tocou.

O nome no identificador de chamadas não parecia perturbá-lo. Eu me virei e olhei pela janela.

Lucien: E aí?

Ele não falou por muito tempo. Tudo o que eu ouvia era ele batendo os dedos no volante.

Lucien: Okay, já estou indo.

Depois que ele desligou, eu de repente percebi que meu cinto havia sido tirado.

Mei: Obrigada por vir me visitar.

Lucien: Sem problemas. Desculpe não poder te levar até seu apartamento.

Mei: Tudo bem. Para falar a verdade, você me assustou quando apareceu hoje.

Lucien: Eu também.

Mei: Ah?

Lucien: Nada.

Eu abri a porta mas não saí. Alguma coisa ainda estava me incomodando.

Mei: Posso te perguntar uma coisa?

Lucien: Claro.

Mei: Por que você nunca me perguntou como eu fui parar no hospital?

Eu finalmente perguntei o que estava na minha mente. A aparição repentina do Lucien, sua atenção, havia mais por trás de suas atitudes do que apenas cuidar de uma amiga doente?

Lucien: Imaginei que você me diria quando estivesse pronta.

Lucien: Ninguém quer ser internado em um hospital, e perguntar o motivo seria invasão de privacidade.

Então é por isso...tudo o que estava imaginando sobre isso de repente parecia meio bobo.

Mei: Está bem. Vejo você mais tarde.

Mei: Obrigada por hoje.

Lucien: Só um "obrigada"?

Mei: Eu...

Eu congelei. Não sabia o que dizer.

Lucien: Há várias maneiras de demonstrar gratidão. Dê um tempo, pense sobre isso. 

Mei: Eu vou pensar...Dirija com cuidado.

Ele sorriu, seu rosto banhado pela luz, claro e gentil.

Lucien: Farei isso.

Quando me virei, eu ouvi sua voz novamente.

Lucien: Mei.

Lucien: Eu gostei do que você disse. Eu espero poder ouvir mais vezes.

Lucien: Me liga se precisar de alguma coisa.

Eu fui deixada sem palavras enquanto ele dirigia pra longe. Minha cabeça estava atordoada. Eu não me recuperei completamente?

Meu celular tocou assim que eu pisei em casa.

Estranho. Estava sem bateria no quarto secreto. Como está tocando agora?




♕ Parte 5


Depois da ligação do Kiro, eu imediatamente corri para o computador e anotei todas as perguntas da entrevista.

Pensando em tudo o que aconteceu, era mais do que chocante o fato do Kiro ser o Key, o mestre hacker!

Eu acrescentei outra pergunta na lista: "Então, me diga Key, quem é a sua celebridade favorita?"

Eu ri imaginando a cara do Kiro quando eu falar isso para ele.

De repente a campainha tocou.

Quem poderia ser a essa hora?

Através do olho mágico eu vi um homem com uma roupa de entregador.

Mas eu não pedi delivery...Poderia ser outro cara mau?

Todas as notícias e histórias sobre invasões domiciliares causadas por entregadores falsos surgiu na minha mente.

Eu não fiz nenhum barulho. Eu vi ele checar o número do apartamento e circular um pouco pelo corredor.

Entregador: Estou com sua entrega...

Ele nem sabe o meu nome! Tem alguma coisa errada aí! Eu pressionei meu rosto contra a porta, segurando meu celular com força.

O homem pegou seu celular e fez uma ligação.

Entregador: Alô, é o Sr. Lucien? Estou aqui com a entrega mas ninguém está respondendo...

Lucien? Ele disse Lucien? Por que ele está mandando o pedido de comida dele para a minha casa?

O entregador desligou, se abaixou, deixou a entrega ali, e então foi embora.

Eu só relaxei depois que ele tinha saído de vista do olho mágico.

E então eu recebi uma mensagem do Lucien.

Lucien: Desculpa, isso foi um descuido meu. Você fez bem em não abrir a porta para estranhos. Eu pedi para ele deixar a entrega na porta.

Bem...Lucien realmente pediu algo para mim.

Depois de responder para ele com um agradecimento, eu abri a porta e peguei o pacote marrom.

Outra mensagem do Lucien chegou rapidamente: "Não se empanturre muito. E lembre-se de tomar seu remédio."

Era breve, mesmo assim eu li várias vezes.

Wow! Sopa quente de galinha com macarrão! Enquanto eu comia, o calor irradiava de todos os meus poros até minha alma.

Mei: Mmmm, tão bom!!!

Não demorou muito para eu acabar com toda a tigela.

Estava maravilhoso! Nada supera uma tigela de sopa de galinha. Exceto duas tigelas.

Olhando de novo para a mensagem do Lucien, eu não pude deixar de me sentir envergonhada.

Como ele disse. Ele sabia que eu acabaria com tudo...

Talvez ele realmente consiga ler mentes.

Kiro logo me respondeu as perguntas da entrevista com mensagens de voz. Eu comecei a trabalhar digitando todas elas, mas de repente, eu parei.

As letras no quarto secreto continuavam aparecendo na minha mente: BLACK SWAN...

Não sei porque, mas esse nome parecia assustador e familiar para mim.

Eu corri procurar sobre isso nos mecanismos de pesquisas e não encontrei nada através das dezenas de páginas.

Devo contar ao Gavin? Ele pode me ajudar com a investigação...Decidi ligar para ele.

Tocou e tocou várias vezes, mas ele não atendeu.

Então eu mandei uma mensagem de texto.

De repente o vento uivou do lado de fora da janela. Eu olhei para fora e vi um raio ao longe.

Minhas pálpebras tremeram. Eu suprimi um sentimento ruim dentro de mim e fechei a cortina.

Foi a primeira noite sem nenhum sonho. Eu dormi muito bem.

Eu acordei com o sol pleno e fui para o escritório com o esboço em que eu havia trabalhado a maior parte da noite.

Kiki praticamente se jogou em mim assim que eu entrei na sala de edição.

Kiki: Eu senti tanto a sua falta!
         
Mei: Que? Eu só tirei um dia de folga!

Kiki: Bem, sobre isso...

Kiki começou a dar umas piscadinhas com os dois olhos.

Kiki: Você e o Kiro...

Mei: Agora que você citou o Kiro...Ele não tinha pedido para você ir até o hospital? Por que eu não te vi lá?

Kiki: Hey! Olha que tempo bonito está fazendo hoje!

Mei: Me responde!

Kiki: Qual é! Eu só estava tentando te deixar o maior tempo possível sozinha com o Kiro...
Ela fez beicinho.

Kiki: Eu tive que me segurar pra não ficar no caminho dele! Então, o que aconteceu? Ele te levou pra casa depois?

Sua voz alta chamou a atenção de todos na sala.    
 
Mei: Shiu! E nada aconteceu. Ele tinha uma filmagem, então Lucien me levou para casa.

Kiki: Que?! Todo meu trabalho duro pra nada! É isso, eu desisto de ser fã dele pelos próximos 60 segundos!

Editor: Lucien te levou para casa? Eu sabia que tinha um motivo pra eu gostar dele...

Willow: E o Gavin? Você não fala dele já faz algum tempo. Nós não precisamos de um convidado para o show policial?

Anna: Bem, eu pessoalmente penso que o Victor está fora do país por muito tempo...

Espera, isso é tudo com o que vocês se importam? Minha vida amorosa? E eu?

Anna veio até mim e me deu um abraço.

Anna: Bem vinda de volta!

Mei: Oh, Anna...

Willow: O que você gostaria de almoçar? É por minha conta, com o dinheiro dos outros.

Se eu tivesse bebendo alguma coisa agora, eu já tinha cuspido pelo nariz.

Mei: Obrigada, mas...

Mei: Receio que não temos tempo para almoçar.

Kiki: Por que?

Eu mostrei o pen drive na minha mão.

Mei: Porque eu tenho uma entrevista exclusiva com o Key!

Kiki: QUE?!

Gritinhos preencheram a sala.

Kiki: Oh meu deus, oh meu deus! Como você conseguiu isso?

Assovios e gritos foram ouvidos por todo o escritório aquele dia.




♕ Parte 6


Depois de dois dias diretos de trabalho e revisões, a entrevista finalmente foi lançada.

"Guardião da Luz: As Crônicas de Key", apareceu no topo da lista dos assuntos mais comentados.

E Key foi inocentado do enorme cyber ataque recente.

Várias estações de TV se revezavam para colocar o show no ar. E marcamos um recorde histórico de audiência para um documentário de notícias.

Contratos e acordos de produção chegavam até nós sem parar.

Vendo como todos estavam felizes, eu de repente senti que todo o cansaço e as crises valeram a pena.

Produzir grandes shows e crescer, esse é caminho no qual eu quero continuar.

Provavelmente eu irei me deparar com mais contratempos pelo caminho, mas por enquanto, eu estou nas nuvens!

Kiro então postou uma mensagem, fazendo com que a entrevista tivesse um destaque ainda maior.

"Eu gostaria de agradecer o Key pelo seu apoio. Ele também é meu ídolo. É preciso suportar a escuridão para encontrar a luz."

Aquele post explodiu a internet.

Todos os seus fãs foram a loucura, divulgando o quanto o Kiro era legal por postar uma mensagem tão profunda.

Eu também estava comovida com aquilo, mas de uma maneira diferente.

Esse homem tão caloroso e radiante tem sido um protetor da luz o tempo todo.

Obrigada Kiro, a entrevista permaneceu nos assuntos mais comentados da internet pela semana inteira.

Eu levei todos os funcionários para o restaurante mais inovador da cidade, para um jantar de comemoração.

.......

Uma Kiki bêbada subiu no palco e começou a cantar. Eu fui pega pelo clima de festa e também bebi mais do que o normal.

Minor: Calma aí, chefa!

Minor veio até mim e arrancou a taça de vinho da minha mão.

Mei: Que?

Minor: Tem um inseto nela.

Kiki: Inseto? Que inseto?

Kiki apareceu.

Minor: Oh, deve ter voado.

Minor deu de ombros e engoliu todo o vinho.

Depois disso, Minor começou a dar todo o tipo de desculpas que ele podia inventar para manter o álcool longe de mim.

Minor: Hey, alguém está te procurando ali, chefa!

Minor: Ops, outro inseto voou na taça...Me dá aqui, deixa que eu tomo.

Mei: O que tem de errado com você hoje, Minor?

Visivelmente chapado, ele arrotou e pegou seu celular.

Mei: Pelo tanto que você bebeu, você ainda consegue ler?

Minor: É claro! Eu tenho que fazer isso pelo meu brother Gavin...Eu me pergunto por onde ele anda nesses últimos dois dias...

Minor: Olha, olha. Willow, ouça. Eu também estou fazendo isso por bondade do meu coração...

Então ele fez tudo isso para me impedir de beber? Mas o vinho nem estava tão forte...

Mei: E o que isso tem a ver com o Gavin?

Minor: Eu tenho que cuidar da chefe enquanto o Gavin não está aqui...Ele quase me matou da última vez que eu dei mancada.

Eu olhei para o meu celular e comecei a me preocupar quando não vi nenhum retorno de mensagens ou ligações do Gavin.

Ele nunca fez  isso antes. O que está acontecendo com ele ultimamente?

Eu mandei outra mensagem.

Gavin, está ocupado? Eu tenho algo importante para te dizer. Me ligue o mais rápido possível.




♕ Parte 7


Faz dias desde que a festa aconteceu e ainda nenhuma resposta do Gavin. Ele deve estar extremamente ocupado.

O celular tocou de repente. Era o Lucien.

Mei: Alô?

Lucien: Eu vi o show. Trabalho incrível! Estou muito feliz por você.

Mei: Obrigada! Eu também achei que ficou muito bom.

Lucien: Está ocupada com o trabalho ultimamente?

Mei: Um pouquinho, mas já peguei o ritmo.

Lucien: Você já começou a pensar em como vai me agradecer?

Mei: Eu...

Posso fingir que não ouvi isso?

Lucien: Não volte atrás comigo agora.

Mei: Que tal se eu te pagar uma refeição?

Lucien: Eu posso considerar isso se você fizer a comida.

É, isso pode te levar direto para a sala de emergência do hospital também, pensei comigo mesma.

Lucien: Eu cheguei a uma conclusão na minha pesquisa.

Eu estava feliz por ele ter mudado de assunto, mas por que ele me disse isso?

Mei: Bem, então, parabéns.

Lucien: O que eu quero dizer é, quer fazer um passeio comigo?

Um passeio?

Lucien: Já que não conseguiu descobrir nada para me agradecer, eu pensei em decidir por você.

Lucien: Não se preocupe, não é muito longe. É uma viagem de ida e volta no mesmo dia.
Bem, isso parecer ser relaxante...

Mei: Hmm, sim, claro.

Lucien: Estou ansioso por isso. Vejo você amanhã.

O sol estava particularmente agradável no dia da nossa viagem.

A brisa de outono soprava na velocidade certa, então o clima parecia mais fresco ao invés de muito quente.

O sol emanava uma luz gentil e calorosa, diferente do calor implacável do verão.

Sua luz era brilhante mas não ofuscante, quente mas não sufocante, assim como o homem ao meu lado.

Só havia nós dois em um ônibus vazio. Uma folha entrou voando através da janela.

Mei: O verão passou tão rápido esse ano. Já é outono.

Lucien: O que há de errado com o outono?

Mei: Nada, é só que eu sinto que você fica mais livre para se soltar no verão. Pelo menos foi o que eu ouvi.

Mei: Se um dia o apocalipse acontecer, eu aposto que não será durante o verão.

Lucien riu enquanto ele afastava a folha.

Lucien: Bem, acontece que eu gosto do outono.

Mei: Você gosta? Por que?

Lucien: Não o outono em si, mas o outono quando estou com você.

A voz dele era tão suave quanto a neblina da manhã. Meu coração não pode deixar de acelerar.

Mei: Que bobagem é essa?

Lucien: Por que isso é bobagem?

Ele deve estar adorando isso, já que seu sorriso ficou maior.

Eu tentei pensar em uma resposta mas nada veio. Eu me senti ainda mais envergonhada.

Mei: Porque...as outras estações podem ficar com ciúmes?

Ouvindo isso, ele quase não conseguiu parar de rir.

Lucien: Nesse caso, todas as outras estações devem se juntar para alcançar o outono.

Esse cara é muito esperto...

Eu estava sem palavras, então me virei e fingi que bocejava.

Lucien: Sonolenta?

Mei: Um pouco.

Lucien: Tire um cochilo. Ainda falta uma hora para chegar lá.

Eu concordei, me inclinei para trás, e fechei os olhos.

Eu não sei se foi a bela luz do sol ou se eu havia acordado muito cedo, mas eu rapidamente peguei no sono.

Observando o rosto sereno da garota, os olhos do Lucien se encheram de diferentes emoções.

O rosto dela parecia tão afetuoso e alegre ao sol.

Pensando em como ela estava fofa enquanto comia a laranja no hospital, Lucien sorriu e gentilmente colocou a cabeça dela em seu ombro.

Então ele disse em uma voz baixa e insensível.

Lucien: Não vai perguntar onde estamos indo?

Lucien: Você não perguntou desde que concordou em vir ontem.

Um suave suspiro escapou dos lábios do Lucien.

Lucien: Você confia demais...

O ônibus estava silencioso, exceto pelo som da respiração da garota. Lucien, sem perceber, começou a respirar em sincronia com ela.

Enquanto a respiração deles se coincidiam, os olhos do Lucien se embaçaram por um momento.

Então ele se virou para olhar pela janela e não olhou mais de volta para a garota.




♕ Parte 8


Dentro da névoa espessa,

Eu estava parada em uma pedra,

Observando o mar alcançar as estrelas ao longe.

Um bando de pássaros voou acima,

fazendo um arco no céu.




No mundo vazio,

Eu estava sozinha.

De repente,

a névoa se dispersou.

A praia se estendeu na minha frente.

Na outra extremidade,

Lycoris estavam florescendo.

Eles são como o fogo,

expulsando o frio.




E as pedras começaram a tremer.

A maré de repente ficou mais feroz,

como se o mundo fosse virar de cabeça para baixo.

Eu caí no mar.

Socorro!




...........


Mei: Socorro!

Meus olhos se arregalaram de repente. Uma mão segurou o meu braço, que eu não havia percebido, mas estava esticado.

Lucien: Teve um sonho ruim?

A voz era reconfortante, e o toque era gentil.

Então uma mão acariciou a minha testa e acalmou meu coração acelerado.

Mei: Eu sonhei que caí em um oceano...

Lucien: Está tudo bem. Você está comigo agora, e não há nenhum oceano por perto.

Eu estabilizei minha respiração e concordei antes de perceber que eu estava encostada em seu ombro, e segurando a mão dele.

Ele deve ter visto meu olhar e soltou minha mão. Eu percebi que minhas palmas estavam molhadas de suor.

Lucien: Estamos quase chegando.

Mei: Okay...

O sol entrou pela janela e lançou sombras obscuras em seu perfil.

Seu nariz estilo grego e longos cílios estavam excepcionalmente evidentes na luz, como um close em uma cena de filme.

Nós chegamos logo. Descemos do ônibus e uma brisa carregava o aroma de um campo de trigo.

Então me ocorreu que eu não fazia idéia de onde eu estava.

Mei: Hmm, onde nós estamos indo?

Lucien: Em um lugar deslumbrante. Mantenha suas expectativas elevadas e você pode gostar ainda mais.

Mei: Por que paramos aqui então?

Lucien: Nós podemos ver mais lugares interessantes ao longo do caminho. Além disso, eu gosto de caminhar com você.

Eu concordei e comecei a descer a pequena estrada campestre com o Lucien.

Grãos dourados de trigo amadurecido dobravam e balançavam ao vento do outono.

Lucien: Você ainda se lembra do seu Pequeno Príncipe?

Eu estava confusa e não tinha entendido de imediato.

Lucien: O trigo, que também é dourado, me trará de volta o pensamento em você. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

Sua voz suave e magnética invocou a imagem de uma raposa sentada em um campo de trigo.

Eu ri enquanto ele erguia a sobrancelha.

Lucien: Isso foi engraçado pra você?

Mei: Não. Ouvir você citar "O Pequeno Príncipe" de repente fez eu visualizar a raposa e o campo de trigo.

Mei: Como se...eu estivesse no livro.

Tendo dito isso, eu meio que quis rir de mim mesma. Eu balancei a cabeça timidamente.

Mei: Eu estou me fazendo de boba de novo?

Lucien: Não, de jeito nenhum.

Os talos de trigo rolavam como ondas em uma maré de vento, que também parecia ter se espalhado pelo meu coração.

De repente, me veio o pensamento que hoje o Lucien estava diferente do normal.

A mesma gentileza escondia um indício de algo desconhecido, algo feroz.

Eu apressei meu passo e corri na frente do Lucien, respirando o ar perfumado o mais profundamente que pude.

Então eu ouvi um miado adiante.

Mei: Hey, você ouviu isso? Parece um gatinho miando.

Lucien confirmou e nós seguimos o som até uma árvore.

Um gatinho preto e branco estava deitado debaixo dela, com a perna machucada e sangrando.

Mei: Oh não, o pequenino está machucado!

O gatinho assustado eriçou os pelos, mas não conseguiu fugir por causa da sua perna machucada.

Lucien se agachou para consolar o gato suavemente e olhar sua perna.

Lucien: Algo afiado como um galho deve ter cortado ela, mas nós não temos nada para parar o sangramento.

Mei: Coitadinho...O que vamos fazer?

O gatinho sentiu que nós estávamos tentando ajudar e começou a ronronar.

Mei: Olha, tem um sininho ao redor do pescoço dele.

Lucien: Talvez possamos encontrar o dono.

Mei: Sabe, parece que eu sempre estou encontrando gatos quando estou com você.

Lucien: Isso é exatamente o que eu ia dizer.

Ele acariciou o gatinho, o sol brilhava em seu pêlo como uma auréola.

Lucien: Eu acho que faremos um desvio. Nosso pequeno passeio realmente será cheio de surpresas.




♕ Parte 9


Nós finalmente encontramos onde o dono do gato mora.

Era uma casa muito antiga com uma porta de madeira e paredes manchadas que provavelmente estavam ali por séculos.

Uma velha senhora atendeu a porta.

O gato imediatamente miou animado e tentou ir até ela.

Ela rapidamente pegou o gatinho do colo do Lucien, seu rosto estava repleto de simpatia.

Vovó: Meu pobre bebê, você se machuchou?

Vovó: Muito obrigada a vocês dois por terem encontrado meu gatinho!

Eu suspirei aliviada e sorri para o Lucien.

Vovó: Não querem entrar um pouquinho?

Quando passamos pelo jardim, eu notei muitos bordados delicadamente trabalhados e fios coloridos.

Do outro lado, havia fileiras de tecidos tingidos pendurados em varas de bambu.

Ela deve fazer isso para viver. São tão lindos!

A velha senhora voltou com dois banquinhos para nós.

Vovó: Eu cuidei do corte do Bebê, que felizmente não era profundo. Eu devo agradecê-los novamente.

Mei: O prazer é todo nosso.

Vovó: Se não se importam, eu gostaria de dar isso para vocês.

Ela nos mostrou um sachê requintado, bordado com fios dourados que brilhavam ao sol.

Mei: Oh não, nós mal fizemos alguma coisa. Não podemos simplesmente aceitar isso!

Vovó: Você não gostou? Provavelmente não tem muito valor, mas fui eu que fiz.

Mei: Eu amei! É lindo, mas eu não posso aceitá-lo de consciência tranquila...

Os adoráveis fios me inspiraram a perguntar...

Mei: Você poderia me ensinar como fazer isso? Somente a técnica básica serve...

Durante toda essa conversa, Lucien estava quieto sentado ao meu lado. Ele também me protegeu um pouco da luz do sol que estava irradiando sobre nós.

Mas ao ouvir aquilo, ele riu do meu pedido.

Eu senti meu rosto ficar vermelho. Deve ser por causa do sol da tarde.

Vovó: Claro. Deixa eu te mostrar o básico chamado 'Nó da Paz'.

Ela pegou um barbante vermelho pelas duas pontas, dobrou ele habilmente, e depois o torceu e enrolou até fazer um pequeno nó fofo.

E eu não entendi nada...

Mei: Você se importa de fazer um pouco mais devagar?

Eu disse isso meio que sussurrando, esperando que o Lucien não ouvisse.

Vovó: Sem problemas. Segura o barbante nessa ponta...

Eu segui as instruções dela passo a passo e fiz o meu próprio nó no devido tempo.

Mei: Isso está ótimo! Obrigada!

Eu queria mostrar para o Lucien, mas percebi que ele não estava ali.

Eu saí para o jardim e o encontrei parado atrás de um tecido que se balançava com o vento, de costas para o sol.




Era como se o tempo tivesse parado, e meu coração flutuava como o tecido ao vento.

Eu de repente senti, naquele momento, que o Lucien estava muito, muito distante...

Lucien: (Sorrindo) Eu sou tão bonito assim? Por que você continua me encarando?

Lu: É sim! MUITO! (♥ω♥*)

Mei: Eu...Eu não estava encarando...

Mei: Olha só isso! Eu que fiz! Aqui, eu quero dar ele pra você.

Eu estendi o nó para ele, mas ele não o pegou, me deixando desanimada com o meu pequeno nó torto.

Mei: Apenas seja sincero.

Lucien: Okay. Honestamente, está bem ruim.

Mei: Eu sabia...acho que só sou boa em origamis de tsuru...

Lucien: Mas, mesmo assim eu gostei. Obrigado.

Lucien: Por que você está me dando o 'Nó da Paz'?

Mei: Bem...eu também não sei. Foi só porque eu quis, eu acho.

Mei: Apesar que ele está bem feio...

Lucien: Eu aceito ele. Obrigado. É um presente adorável.

Ele cuidadosamente colocou o nó em seu bolso.

Nós nos despedimos da velha senhora e continuamos nosso agradável passeio no campo, que estava me ajudando a apagar todas minhas preocupações recentes.

Mei: Eu acho que descobri o porque você quis descer do ônibus antes.

Lucien: Oh? Vamos ouvir..

Mei: Porque a paisagem é tão maravilhosa. Vamos voltar aqui de novo no ano que vem. Combinado?

Ele não respondeu e só continuou andando.

Lucien: Ficando cansada? Estamos quase chegando.

Mei: Verdade? Como é que eu não estou vendo esse lugar deslumbrante que você falou?

Ele diminuiu o passo e apontou para frente.

Lucien: É bem ali.

Eu olhei e meu queixo caiu.

Uma árvore de cânfora alta e imensa, que ainda estava com um verde exuberante, parecia ainda mais vibrante diante das cores douradas do outono que a cercavam.

Eu corri em direção à ela. As pessoas dizem que a árvore de cânfora é uma árvore do verão, mas para mim, elas sempre foram muito mais bonitas no outono.

Minha visão acolheu todo o verde vibrante de suas folhas.

O som de risadas pareceu surgir em minha memória enquanto eu permanecia ali embaixo da árvore.

Lucien: Você ainda se lembra desse lugar?

Lucien se aproximou de mim, ainda olhando para frente.

Mei: Esse lugar...?

Risadas ressoaram novamente na minha cabeça, mas eu ainda não conseguia saber o que era.

Lucien: Tudo voltará para você eventualmente.

Lucien ergueu uma mão e então a parou no ar, antes de começar a acariciar o meu cabelo.




Naquele momento, minha visão estava cheia de infinitas folhas verdes se desenrolando.

Eu fui tomada por uma vontade imensa de dormir. A última coisa que eu vi foi o rosto do Lucien.

Seu rosto era um emaranhado de emoções imperceptíveis. Eu parecia ver relutância, saudade, e um adeus...

Eu estava vendo coisas...?




♕ Parte 10


Eu acordei um tempo depois com o som de risadas. Eu ainda estava debaixo da árvore de cânfora, em uma névoa que rapidamente se dissipou.

Ou eu estava vendo coisas, ou a árvore havia ficado menor. Não havia sol passando através das folhas.

Bem, eu ainda estou debaixo da árvore...

Então me ocorreu, onde está o Lucien?

Mei: Lucien!

Lucien: Estou aqui.

A voz dele era desprovida de qualquer emoção. Eu me virei e vi ele parado ao meu lado.

Mei: Oh que bom, você ainda está aqui.

Mei: Eu só fiquei um pouco sonolenta, eu acho.

Ele segurou minha mão sem dizer uma palavra. O toque frio me fez recuar, mas ele não me soltou dessa vez.

Seguindo o olhar dele, eu vi uma garotinha, em torno de 4 ou 5 anos com um laço no cabelo, correndo em minha direção. Eu esfreguei os olhos, mesmo assim ainda não conseguia ver o rosto dela.

Mei: Quem é você?

Talvez eu tenha falado muito suavemente. Ela nem sequer olhou para mim. Ela andou até a árvore, pegou uma revista em quadrinhos e se sentou.

Lucien: Quem você acha que ela é?

Eu fiquei confusa com a pergunta.

Mei: ...Eu não sei.

Ela segurava a revistinha em suas mãos, mas seus olhos estavam fixos no chão. Sua expressão animada se alternava entre risadas e caretas.

Mei: Tem alguma coisa interessante no chão?

Lucien: Não é sobre o que está no chão. Ela está olhando dentro de sua própria mente.

Então, dois gatinhos apareceram, e os olhos da menina se iluminaram.

Garotinha: Olá, você é a Diana? Você veio para o planeta Terra encontrar sua amiga Serena?

O gatinho miou, fazendo a garotinha rir.

Mei: Ela está conversando com o gatinho?

Lucien: Mmhmm.

Eu soltei uma risada.

Mei: Parece que eu estou olhando para mim quando eu era criança.

Lucien: E ela não parece nem um pouco tola, parece?

Mei: Não, ela é muito adorável, na verdade...

Eu cocei a cabeça, levemente envergonhada.

A garotinha continuou a conversa de maneira séria.

Garotinha: Essa é sua amiga Luna, Diana?

Inexplicavelmente, os dois gatos se sentaram e começaram um coral de miados.

A garotinha ficou preocupada por alguma razão e corou, parecendo envergonhada. Então, ela fechou a revistinha e balançou as mãos.

Garotinha: Eu não posso...Mesmo que eu queira me transformar, meu pai está esperando por mim em casa.

Garotinha: Portanto, eu devo...hmm...lamentavelmente recusar.

Pelo que parecia ser a primeira vez que ela juntava aquelas palavras, ela as pronunciou perfeitamente.

Eu não pude deixar de sorrir ao ver o rosto conflitante da garotinha.

Mei: Então todas as crianças imaginam que elas podem salvar o mundo e fazer coisas impossíveis.

Mei: Nós seríamos melhores amigas se eu tivesse a idade dela.

Lucien: Isso faz você se lembrar de quando era pequena?

Mei: Sim, mas vagamente...todas as minhas memórias de antes dos 5 anos são bem nebulosas...

Lucien: Eu sinto muito.

Ele apertou minha mão como se estivesse me consolando.

Eu balancei a cabeça. As memórias ainda estão ali mesmo que eu não possa me lembrar delas.

Eu olhei de novo e vi que agora tinha um menino observando a garotinha debaixo da árvore.

Apesar do garoto tentar se mover silenciosamente, a garotinha o ouviu mesmo assim e corou.

Garotinha: Você não ouviu o que eu acabei de dizer, ouviu?

Garoto: Você estava falando com os gatos?

Ela confirmou timidamente.

Garoto: Animais não conseguem entender a linguagem humana.

Garotinha: Você está errado. A Luna consegue, e ela vai me mostrar como eu me transformo em uma super heroína.

O garoto suspirou, balançando a cabeça.

Garoto: Então por que você não foi com eles?

A pergunta pareceu ter atingido um ponto fraco, pois a garotinha franziu a testa.

Garotinha: Porque...Eu tenho que ir para casa jantar.

A seriedade na resposta da garota deixou o menino espantado e sem palavras.

Garotinha: Então, quem é você?

Garoto: Eu venho aqui todos os dias para desenhar. Eu cheguei mais tarde hoje e vi você falando com os gatos.

"Então sente-se comigo!" A garota deu um tapinha no chão e foi mais para o lado.




Garotinha: Posso ver os seus desenhos?

O garoto pensou um pouco antes de entregar o caderno de desenhos para ela.

Eu tive uma vontade repentina de ver também.

Mei: O que você acha que tem no caderno de desenho dele, Lucien?

Lucien: Como eu saberia?

Mei: Verdade, é nossa primeira vez aqui.

Lucien: Você quer ver?

Mei: Uh-huh...

Nós circulamos por trás da árvore e espiamos por cima do ombro da garotinha, enquanto ela folheava as páginas.

Estava cheio de desenhos de várias pessoas. Faltava polimento, mas capturava claramente o humor delas.

Mei: Wow! O garoto é bom!

A garotinha ecoou exatamente os meus sentimentos.

Garotinha: Wow! Você bom!

Garoto: Por que?

Garotinha: Porque esse aqui parece o Tuxedo Mask, e esse aqui parece o Ash!

Garotinha: Você é um grande artista. Eu amei todos os seus desenhos!

Vendo o sorriso enorme da garota, o menino ficou sem fala.

Garoto: Qual o seu nome? Quantos anos você tem?

Garotinha: Eu tenho quase 5! Eu acabei de aprender a escrever meu nome. Deixa eu te mostrar!

Ela escreveu o nome dela na palma da mão do garoto.

Garotinha: E você?

Ele rasgou um pedaço de papel, escreveu nele com letras muito bonitas, e entregou para a garota.

Garoto: Eu tenho 8 anos. Meu nome é Lucien.

Lucien? Minha mente explodiu quando ouvi o nome e vi ele escrito no papel.

Mei: O nome dele também é Lucien?

Lucien: Sim.

Todos os Luciens são gênios? Eu pensei.

Ter vindo até aqui no campo para encontrar outro Lucien. Que coincidência!

Lu: Putz... ()

A garotinha dobrou o papel e colocou no bolso dela.

Então ela pegou um papel de bala, o dobrou em formato de tsuru, e o entregou para o garoto.

Garotinha: Eu só sou boa nisso, então esse é pra você. Você vai estar aqui amanhã?

O garoto pegou o tsuru, colocou em seu bolso, e então confirmou, surpreso pela pergunta da garota.

Garotinha: Maravilha!





♕ Parte 11


A resposta dele fez a garota alegremente dobrar mais tsurus dos papéis de bala que ela tinha deixado.

Um caleidoscópio de cores passou pela minha cabeça enquanto eu a observava dobrar os tsurus com habilidade.

Por que a garotinha parece tão familiar para mim? Por que parece que eu já vi tudo isso antes?

O mundo girou e um nevoeiro começou a aparecer. Eu comecei a cambalear, mas Lucien me pegou antes de eu cair.

Lucien: Cuidado.

Eu balancei a cabeça e meus olhos se arregalaram de repente...O que eu acabei de ver?

As nuvens se deslocavam rapidamente no céu, seguidas por uma breve escuridão, depois uma luz dourada ofuscante.

O que está acontecendo? O chão embaixo dos meus pés parou de girar e a névoa se dispersou.

Mei: O que acabou de acontecer?

Lucien: Foi um sonho.

Lucien olhou para mim sorrindo, quando pronunciou as palavras lentamente.

Mei: Um sonho?

Mei: Tudo aquilo foi um sonho? Então eu realmente dormi?

Foi um sonho premonitório? Não, não pode ser. Minhas premonições nunca foram tão vívidas!

Por que o sonho parecia tão real?

Eu não queria acreditar, mas fatos são fatos.

Eu queria esclarecer isso logo, mas percebi que a garotinha ainda estava sentada debaixo da árvore de cânfora.

Aquilo foi realmente um sonho?

Eu estremeci, e então tive a noção absurda de que talvez isso também não era real.

Começou a garoar, mas eu não sentia nenhuma gota de chuva em mim.

A garota permaneceu debaixo da árvore.

Eu me aproximei dela e ela sorriu para mim.

Seu rosto já não estava mais distorcido, mas sim bem visível. E eu já tinha visto ela em algum lugar antes.

Mei: Está chovendo. Por que você não vai para casa?

De alguma forma, eu sabia que o "sonho" seria o ontem para a garota.

Mei: Você está esperando o garoto de ontem?

Garotinha: Sim. Mas eu sei que ele não vem.

Mei: Como?

Garotinha: Porque eu vi.

Mei: Você viu?

Garotinha: Eu posso ver o amanhã.

Garotinha: Senhorita, você vai acordar logo.

Ela disse aquilo para mim com muita seriedade.

Mei: Acordar? Você sabe que eu estou em um sonho nesse momento?

Garotinha: E eu também sei que o homem não vai mais voltar.

Mei: Quem?

Ela apontou para o Lucien atrás de mim.

Lucien...não vai mais voltar?

Eu me lembrei dele ter ficado em silêncio quando sugeri que nós deveríamos fazer outra viagem até aqui no ano que vem.

Eu olhei diretamente para o Lucien, minha ansiedade subindo até o teto.

Mei: Você vai embora, Lucien?

Ele balançou a cabeça com o mesmo sorriso carinhoso.

Uma névoa o encobriu. Ele continuou sorrindo até que o nevoeiro ofuscou seu rosto.

E eu também sabia que o homem não iria mais voltar.

Com as palavras da garota na minha cabeça, eu me levantei e corri em direção a ele.

O nevoeiro se dissipou assim que eu o alcancei.

Mei: Você está...indo embora?

Lucien: Não vou.

Ele falou sem pensar duas vezes.

Lucien: Você se lembrou de alguma coisa?

Mei: Não sei. Exceto por aquela garota, o tsuru, e até mesmo essa árvore de cânfora que parecem muito familiar...

Mei: Por que eu sonhei tudo isso? Eu realmente conheço aquela garotinha?

Mei: O que mais me assustou foi quando ela disse que você não iria voltar. Lá no fundo, eu realmente acreditei...

Lucien: Você sentirá minha falta se eu for embora?

Eu concordei sem hesitar.

Mei: Absolutamente.

Mei: Eu estava apenas caminhando cegamente até te conhecer. Sem você, eu não saberia como deixar minhas cores aparecerem.

Mei: Eu te fiz um monte de perguntas, algumas até estúpidas, mas você sempre demonstrou paciência.

Mei: Quando fiquei doente, a viagem de hoje...Você sempre esteve ali nos bons e maus momentos.

Mei: Como eu disse, sem a sua ajuda, eu não estaria onde estou hoje e nem seria quem eu sou.

Mei: Ou talvez eu ainda esteja procurando meu caminho.

Mei: Assim como o piloto no 'Pequeno Príncipe' ou a Luna em 'Sailor Moon'....Não, nada disso parece fazer sentido...

Mei: Lembra quando você disse que as coisas de maior importância não poderiam ser vistas com olhos humanos? Mas isso não está certo, porque eu vejo você!

Mei: Eu...Eu perdi um monte de gente que eu amava. Você se lembra disso?

Mei: Quanto mais velha eu fico, menos pessoas queridas eu tenho, e mais importante elas se tornam.

Mei: Você é um desses poucos amigos importantes que eu ainda tenho, e eu me recuso a te perder.

Eu não sei o que deu em mim, desabafando tanto desse jeito.

Os olhos dele estavam escuros como a noite enquanto ele me olhava. Um sentimento de tristeza me atingiu repentinamente.

Mei: Lucien...

Ele ergueu a mão e cobriu meus olhos. Estava fria.

Lu: Malditos ninjas cortadores de cebola. (´;ω;`)





♕ Parte 12


 O chão tremeu como antes e o sonho mudou de novo...

Então, o vento uivou, e gotas de chuva caíram sobre minha cabeça. As buzinas soaram e os sinos das lojas tocaram.

Meus olhos de repente não estavam mais cobertos, revelando um céu muito escuro sem nenhum indício de luz.

A rua escorregadia estava quase vazia, exceto por alguns pedestres.

Esse é um outro sonho? Eu já estive aqui antes? Isso parece completamente estranho para mim.

Hey, cadê o Lucien?

Mei: Príncipe...

Antes que eu pudesse terminar, eu o vi parado em um canto, o casaco encharcado, olhando para frente.




Então eu percebi que ele estava olhando para o garoto da árvore de cânfora!

Um homem e uma mulher acompanhavam o garoto. Eles estavam conversando alegremente.

Eles provavelmente são seus pais...

Uma buzina de carro soou de repente e o som estridente de pneu derrapando preencheu o ar em um flash de luz branca.

Mei: Cuidado!

Eu gritei, apenas olhando enquanto o caminhão atropelava a família, destruindo a felicidade deles em pedaços.

O som de bolhas estourando ecoava nos meus ouvidos, um atrás do outro.

Lucien permaneceu parado, olhando, seus olhos desprovidos de qualquer emoção.

A chuva escorria por ele e causava ondulações no chão.

O mundo parou. Ficou somente a luz piscante do caminhão e os guarda-chuvas ensanguentados espalhados pela estrada.

O garoto, o mesmo do sonho com seus desenhos maravilhosos, deitava pálido em uma poça de sangue.




A tristeza tomou conta de mim, enquanto a chama de uma vida jovem se extinguia.

Eu não podia dizer se era chuva ou lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Então, um dos dedos do garoto se mexeu!

Ele pode estar vivo ainda!

Eu queria ir lá socorrer ele, mas o chão começou a rachar e tudo ao meu redor começou a cair!

O mundo começou a desmoronar na minha frente, paredes desabando com rapidez.

Um fragmento de alguma coisa voou e cortou meu pulso, tirando sangue.

Mei: Isso doeu muito!

Isso não é um sonho? Eu não deveria sentir dor em sonhos!

Dois braços de repente me envolveram um abraço gelado e molhado.




Uma luz brilhante piscou diante de mim, seguida por uma sirene constante, e então meus olhos foram cobertos novamente.

*Boom!*

Entre as sirenes ensurdecedoras veio uma voz baixa no meu ouvido.

Lucien: Fica calma.

Eu lutei para abrir meus olhos e descobri que eu ainda estava parada debaixo da árvore de cânfora. Eu olhei fixamente para ela, enquanto os eventos passavam pela minha cabeça.

Eu lembrei do machucado no sonho e olhei meu pulso, mas ele estava perfeitamente bem.

Mei: Não tinha um corte?

Lucien: Você está enganada. Eu estive com você o tempo todo. Não teve nenhuma ferida.

Lucien falou calmamente.

Mei: Eu...

Lucien: Você dormiu.

Então de novo, tudo aquilo foi um outro sonho? Eu cocei a cabeça e franzi a sobrancelha.

Lucien: Você teve um pesadelo?

Mei: ...Pode-se dizer que sim.

Mei: Me diz, Lucien, os sonhos podem ser uma metáfora para alguma coisa?

Lucien: Como por exemplo?

Mei: Por exemplo...alguém te dizendo que está partindo...

Mei: E eu vi um...acidente de carro...

Lucien: A ciência há muito tempo tem um termo para isso. Chama-se sonho lúcido.

Lucien: É um estado em que você está sonhando, mas mantém um controle claro sobre percepção e memória.

Lucien: Mais tarde foi verificado que o sonho lúcido na verdade ocorre quando os humanos estão acordados e conscientes.

Mei: Então...nada do que acontece no sonho é real?

Mei: E sobre as premonições nos meus sonhos anteriores?

Lucien: Bem, sonhos ainda são um reflexo parcial da vida e dos desejos do sonhador.

Lucien: Há um ditado que diz que se você consegue se lembrar somente de uma parte do sonho, é dessa forma que você pode dizer que é apenas um sonho.

Lucien: Não há realidade absoluta. Somente realidade fabricada pela realidade.

Eu estava mais confusa do que nunca, com tantas perguntas que eu não sabia nem por onde começar.

Lucien: Você está exausta. Precisa descansar.

Ele não olhou na minha direção nenhuma vez enquanto falava.

Lucien: Eu chamei um transporte para você. Vá para casa e durma um pouco.

Mei: Mas e você....?

Lucien: Eu tenho algumas coisas para resolver, então eu não vou com você. Desculpe.

Eu entrei no carro e olhei ele ir embora.

De repente, eu senti que essa versão fria e distante do Lucien era a realidade, enquanto a versão gentil e cuidadosa era só um sonho.

Eu afastei esse pensamento e imaginei o que estaria acontecendo no escritório comigo tirando o dia de folga.

Eu coloquei a mão no bolso e encontrei um pedaço de papel.

Eu o desdobrei. O pedaço amarelado tinha uma escrita infantil, mas elegante, que dizia: "Lucien".

Olhando para o papel, eu fiquei sem palavras por um longo tempo.

Aqueles sonhos...indistinguíveis da realidade...na verdade eram reais?

Lu: Me afogando em lágrimas aqui..o(╥﹏╥)o





♕ Parte 13 (Final)


A expressão do Lucien oscilava enquanto ele via a garota entrar no carro.

Ele colocou a mão no peito e franziu as sobrancelhas.

Quando foi que começou, essa dor perfurante no meu coração?

Por que aquele sonho mudou de repente daquele jeito?

Como foi que meu plano infalível deu errado?

A idéia era fazê-la se lembrar. Então como é que acabou sendo eu quem fugiu do sonho?

Por que, pela primeira vez, eu sinto que não tenho ela sob controle?

Perguntas sem solução continuavam a aparecer na mente dele.

Ele se apoiou em uma árvore e sentiu as letras gravadas lá, que haviam crescido junto com ela.

Ele tentou apagar, sem nenhuma expressão em seu rosto.

Um jato voou no céu. Ele olhou para cima, no rastro deixado através do céu que escurecia.

..........

O jato pousou no aeroporto de Loveland.

Victor: Me entregue a agenda de amanhã, Goldman.

Goldman: Sim, senhor.

Goldman esticou o braço para pegar a sacola de papel na mão do Victor.

Goldman: Deixe-me segurar isso para você.

Victor ergueu as sobrancelhas. O canto de seus lábios se curvaram para cima.

Victor: Não precisa.

Victor entrou no carro, deixando o Goldman parado no lugar, perplexo.

O som do carro sendo ligado finalmente tirou o Goldman do seu transe no tempo certo para ele entrar.

Goldman: Você tem o banquete anual da B.S. para comparecer hoje à noite. Quer cancelar?

Victor tamborilava os dedos na sacola de papel.

Victor: Sim. Cancele.

Goldman: Entendido.

Victor: Ligue para a Mei e peça para ela vir daqui uma hora me entregar o relatório trimestral da próxima semana.

Goldman: Hm, senhor, é por isso que você não vai ao banquete?

Victor olhou para o Goldman, e o subordinado intimidado imediatamente pegou o celular.

O toque da chamada ecoava pelo carro.

Nos primeiros toques, o rosto do Victor ainda mantinha um leve sorriso.

Mas desapareceu completamente no último toque.

Goldman: Eu vou tentar ligar para alguém do escritório dela.

Victor pegou o pacote lacrado de documentos ao lado dele e o abriu como sempre.

Goldman: Senhor, nosso contato alternativo na 'Lu Uesugi Company' me disse que ela tirou o dia de folga.

Goldman não pôde perceber nenhuma mudança no rosto do Victor, e então ele acrescentou:

Goldman: Eles disseram que ela esteve no hospital esses dias e está se recuperando agora.

Victor deu uma pausa na abertura do pacote e franziu a testa.

Victor: Entendo.

Ele abriu o pacote e puxou uma folha.

A ponta de seus dedos ficaram levemente azuis por apertar o papel tão forte. Ele apertou os lábios com força.

Havia somente uma linha na folha.

Há notícias sobre o alvo.





── ・ 。゚☆: *.☽ .* :☆゚. ───

Traduzido por:  Lu Zhou ~ (周棋洛 Miss Chips)  ʕ •ᴥ•ʔ☆





           

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