✩ Yukimura Sanada ✩
Yukimura: “Essa viagem foi cansativa. Vale o dobro para o
teatro.”
Miyu: “Sim. Eu amei atuar com todo mundo, mas aquela cena
de perseguição—“
Yukimura e eu estávamos no quarto dele em Kasugayama, pra
onde nós voltamos logo depois da peça.
Miyu: “...Ah é. Eu acho que ainda temos o roteiro que
Sasuke nos deu. Você deu uma olhada nele?”
Yukimura: “Ainda não. Eu pensei que foi meio estranho ele
ter nos dado um roteiro depois da peça ter acabado.”
Eu concordei, relembrando das palavras do Sasuke—
.....
<Lembrança>
Sasuke: “Aqui.
Isso é pra lembrar você, Yukimura, que linguagem não é pra ser usada levianamente.”
Sasuke: “É ‘Romeu e Julieta’. Eu copiei da minha memória.
É uma ótima peça sobre guerra e intrigas políticas.”
Sasuke: “Pratique com a Miyu. Eu tenho certeza que será
conveniente para negociações com o inimigo e tal. Agora faça isso.”
<Fim da Lembrança>
.....
“Sem Tsundere”, estava escrito no roteiro. Eu me pergunto
se o Yukimura sequer sabe o que isso significa.
(Sasuke só está tentando nos ajudar. Mas Yukimura é capaz
de interpretar o Romeu?)
(...Eu realmente gostaria de ver isso.)
Yukimura: “...Mas que? Como ISSO é sobre intriga
política?”
Miyu: “Você quer dar uma passada nele, de qualquer forma?
Ele nos deu isso, afinal de contas.”
Yukimura: “Se você quiser, eu não me importo.”
(Yukimura vai ser meu Romeu?)
Eu queria que ele dissesse as falas românticas do Romeu
pra mim. Apesar de eu saber que não ia ser fácil pra ele.
Ele examinou a página e, hesitantemente, começou a ler--
Yukimura: “ Que luz através...ali da janela....se rompe?”
Yukimura: “...Eis minha dama. É meu am-...?!”
Miyu: “Você parou.”
Yukimura: “Cansei! Terminei!”
Miyu: “Você leu UMA linha, Yukimura!”
Ele jogou o roteiro no chão como se fosse particularmente
um inseto desprezível.
Yukimura: “Quem precisa de negociações? Se eu ver o
inimigo, eu apenas luto com ele no campo de batalha.”
Miyu: “Sim, claro.”
Yukimura: “...Não só isso mal parece japonês, como é
estranhamente meloso.”
(Eu não sabia que Yukimura teria ESSA reação tão forte a
isso.)
Eu peguei o roteiro do chão e entreguei de volta a ele.
Miyu: “Meloso? Qual é, Yukimura! Você está desistindo
muito fácil. É um desperdício de um bom roteiro.”
Yukimura: “Ah, cala a boca. Se você gostou tanto disso,
por que não lê sozinha?”
(Isso é cruel! Eu só queria ver você ser um herói romântico!)
Miyu: “ÓTIMO! Eu acho que vou! Eu certamente não vou
praticar com você!”
Agarrando o roteiro em meu peito, eu virei e me afastei
do Yukimura.
...E fui imediatamente atingida pelo arrependimento.
(Ugh. Nós brigamos pelas coisas mais idiotas. Discutir
durante a leitura do Romeu e Julieta!)
(Eu devia ter contado a ele que, honestamente, eu queria
encenar uma cena romântica com ele--)
Yukimura: “...Ah, ei, olha. Não fica triste.”
Miyu: “Eu não estou triste—“
Yukimura colocou seus braços ao meu redor, me segurando
apertado por trás.
Yukimura: “Romio e...uh, Julieko é uma história de amor,
certo? Nós não devíamos brigar durante ela.”
Yukimura: “Me desculpa se fiquei aborrecido com você.”
Miyu: “Me desculpa também.”
Era engraçado, mas sentir ele tão perto curava meus
sentimentos machucados.
Yukimura: “Eu não tenho certeza se consigo ler aquelas
linhas enquanto estou olhando pra você, mas eu provavelmente posso ler elas por
cima do seu ombro.”
Miyu: “Você está disposto a fazer isso?”
Yukimura: “Só dessa vez.”
Miyu: “É bom o suficiente pra mim.”
(Eu quero que a gente compartilhe algo romântico depois
daquela briga.)
Eu segurei o roteiro pra nós dois. Yukimura e eu
começamos a ler.
Miyu: “Romeu, como vens aqui? Diga-me, e por quê?”
Yukimura: “...Com as asas do amor eu....transvoei esses
muros.”
Yukimura: “ Barreira alguma conseguirá deter o amor,
e o amor pode realizar tudo o que ousa tentar.”
(...Oh. Ele realmente está fazendo isso.)
(Ele estava travado antes, mas está ficando melhor
conforme acompanha.)
Eu estava ouvindo a poesia de Shakespeare ser falada
suavemente em meu ouvido pelo meu amor verdadeiro. As batidas do meu coração
pulsavam com uma doce excitação.
Yukimura: “...'A troca do voto fiel do teu amor pelo meu’.
– Julieta, a próxima fala é sua.”
Miyu: “Oh! Hum, certo. Obrigada.”
Eu rapidamente procurei onde nós paramos. Yukimura riu.
Yukimura: “Hehe, você está envergonhada, não está?”
Miyu: “Psh. Não mais do que você.”
Yukimura: “Nah, muito mais do que eu.”
Eu senti minhas bochechas ficarem quentes.
(Estou vermelha. Dou esse crédito a ele. Mas não é por
vergonha.)
Miyu: “Eu não pensava que você fosse levar isso a sério,
Yukimura.”
Yukimura: “Quando comecei a ler isso, eu pude meio que
entender o que Romeu estava pensando.”
Miyu: “Eu não imaginaria isso.”
Yukimura: “Eu não sou tão cabeça dura, sou?”
Miyu: “Não é isso. Eu só nunca imaginei que você iria
gostar de uma história de amor.”
(Eu pensei que ele diria que era ridícula.)
Yukimura me segurou um pouco mais apertado.
Yukimura: “O que eu posso dizer? Eu me apaixonei por
você, não foi?”
(Oh!)
Meu coração deu um pulo ao ouvir ele finalmente falar
a vontade sobre o amor.
Yukimura: “Quero dizer, nós nos encontramos como esses
dois. Não percebendo que estávamos em lados opostos.”
Miyu: “Você está certo.”
(Apesar de sermos inimigos, nós amamos um ao outro.)
Eu me lembrei da primeira vez que nos encontramos. Como
nos aproximamos. E quando nós descobrimos a verdade—
(Nossa própria história ficou próxima de acabar em tragédia.)
(O fato de nós estarmos vivos juntos nesse tempo é
verdadeiramente um milagre.)
Meu coração ardeu de lembrar, mas ardeu de uma maneira
boa.
Quanto mais eu lia as falas da Julieta, mais elas se
encaixavam.
Miyu: “Dei-te o meu amor antes que tu o pedisses e ainda
assim daria novamente.”
Miyu: “Minha generosidade é tão ilimitada como é o mar, meu
amor tão profundo quanto. Quanto mais amo a ti mais amor tenho, porque ambos
são infinitos.”
As palavras fluíam de mim como se fossem minhas; Eu
estava dizendo ao Yukimura na minha própria voz, o quanto eu o amava.
Eu ouvi e senti sua respiração se prender.
E apesar de eu ter esperado, ele não falou.
Miyu: “Romeu? É sua fala.”
Yukimura: “...É, Eu não estou afim de ler roteiros. Não
mais.”
O roteiro caiu de nossas mãos enquanto Yukimura pegava minha
bochecha.
Ele me virou para olhar pra ele; Eu vi um olhar quente em
seus olhos.
Yukimura: “Além do mais, eu não sou Romeu, eu sou
Yukimura. Mesmo se ler isso é supostamente para melhorar minha atuação, ou seja
o que for—“
Yukimura: “Eu quero te dizer com minhas próprias palavras
o quanto eu amo você.”
(...O que você disse agora soa melhor pra mim do que
Shakespeare.)
As palavras do Yukimura podem não ser poesias, mas ele
sabia como atingir diretamente meu coração.
Seu olhar nadou pelo quarto antes de voltar plenamente
pra mim.
Yukimura: “Então, não seja Julieta quando me disser algo
amoroso. Seja você mesma.”
Miyu: “Está bem. Eu farei isso.”
Nós olhamos um para o outro, e nós dois rimos.
Miyu: “É mais fácil te dizer como eu me sinto
naturalmente, de qualquer forma.”
Yukimura: “Além disso, eu não acho que as palavras ‘Yukimura,
você é um grande idiota!’ aparecem em algum lugar aqui nesse roteiro.”
Miyu: “Quando foi que eu disse isso?!”
Yukimura: “Oh, você disse. Muito. E essa é a Miyu que eu
mais amo.”
Miyu: “Yukimura. Seu grande idiota. Eu te amo.”
De fato, meu coração estava cheio de amor.
(Nós não somos muito parecidos com Romeu e Julieta.)
A história deles acabou em tragédia. A nossa estava
caminhando em direção a um futuro brilhante. Eu tinha certeza disso.
Yukimura me fazia acreditar nisso.
Yukimura: “Eu queria dizer algo poético agora, mas não
consigo pensar em nada especial.”
Yukimura: “Mas ei, é o que eu sinto, então talvez seja
bom o suficiente?”
Yukimura: “...Eu te amo, Miyu.”
Miyu: “Eu também te amo, Yukimura.”
(Isso é poesia pra mim.)
Nós deixamos as palavras para trás, expressando o amor que
sentíamos com um beijo romântico—
**Fim**
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