✦ Parte 1
...Liriel e Vincent.
Eles sorriam um para o outro parecendo que haviam juntado toda a felicidade do mundo e a compartilhavam agora.
...Mas havia alguém os observando das sombras.
Shakespeare: "...Então o gênio Vincent van Gogh
recuperou suas emoções."
Shakespeare: "Uma bela donzela chamada Liriel viajou
através do tempo e do espaço para lhe dar um presente da bela Vênus."
Os lábios perfeitos do Shakespeare formaram um sorriso
frio.
Shakespeare: "Um script um pouco puro demais para o
meu gosto. Bastante chato, se você me perguntar..."
Mas apesar de ele rejeitar isso como chato, seus olhos
estavam fixos intensamente no casal.
A luz da lua brilhava sobre eles como um holofote, e ele
percebeu que não podia desviar o olhar deles.
Shakespeare: "Hmm..."
Shakespeare levou sua taça de vinho tinto até seus
lábios, mas então--
Theodorus: "...O que você está fazendo se escondendo
aqui nas sombras, seu desgraçado?"
Shakespeare: "...Ora, ora. O adorável irmãozinho do
Vincent entra em cena."
Shakespeare: "Vejo que você não perdeu nada do seu
vigor desde nosso último encontro."
Theodorus: "Eu acho que você perdeu uma coisa. Sua
audição! Eu acabei de perguntar o que você está fazendo aqui."
Shakespeare: "Não me olhe assim."
Shakespeare: "Por um momento, eu pensei que talvez o
próprio diabo tivesse vindo me buscar para valer dessa vez!"
O olhar do Theo só se intensificou e ele deu outro passo na direção do
Shakespeare.
Shakespeare: "Pequeno irmão não gosta de uma piada?
Pena."
Shakespeare: "Muito bem, então. Eu devo responder
sua pergunta."
Shakespeare: "Eu estava meramente olhando para eles,
regozijando-me com a felicidade que meu querido amigo Vincent agora parece ter
recebido."
Shakespeare: "Oh, mas -- Suponho que eu devo dizer
amigos -- porque ultimamente também tenho me tornado bastante amigo de Liriel!"
Os olhos do Theodorus brilharam de raiva, sua voz era um
rosnado baixo e profundo que contrastava fortemente com a melodia cantada de
Shakespeare.
Theodorus: "Fique longe deles."
Shakespeare: "Por que devo ficar longe de meus
amigos?"
✦ Parte 2
Theodorus: "Porque você não é amigo deles de jeito
nenhum. Vocês está usando eles."
Shakespeare: "Usando eles?"
Theodorus: "Você faria qualquer coisa para conseguir
material para suas peças."
Theodorus: "E sobre o que você escreve? Emoções
humanas."
Theodorus: "Por um tempo eu suspeitei secretamente
que você tentaria se intrometer no destino do meu irmão e da Liriel..."
Theodorus: "e iria usá-los como material para suas
peças."
O olhar afiado do Theodorus não parecia intimidar
Shakespeare, que de fato parecia bem satisfeito com a acusação.
Shakespeare: "...Eu não esperava nada menos de um
genial negociador de artes. Seus poderes de observação são incomparáveis."
Shakespeare: "Você realmente fala a verdade...
Talvez
seja divertido fazer o que você sugere."
Theodorus: "...Que?"
Uma luz escura tremeu nos olhos heterocromáticos do
Shakespeare.
Shakespeare: "...Eu me tornei amigo do Vincent por
duas razões."
Shakespeare: "Um, ele possui o coração puro, sem
julgamentos ou desprezo."
Shakespeare: "E dois, pensei que ele fosse indigno
para ser usado como inspiração em minhas peças."
Theodorus: "...O que isso quer dizer?"
Shakespeare: "Você mesmo disse. Eu escrevo sobre
emoções humanas."
Shakespeare: "Mas Vincent estava vazio de emoção,
imaculado. E assim, nós dois nos tornamos amigos."
Shakespeare: "No entanto, as marés mudaram e parece
que agora ele está transbordando de emoções ... Mais fascinante, de fato."
Theodorus cerrou sua mandíbula enquanto olhava de volta
para o escritor.
Shakespeare: "Vincent seria uma excelente fonte de
inspiração para minha nova peça, você não concorda?"
Shakespeare: "E Liriel também, por falar
nisso."
Shakespeare: "Tenho que confessar que estou muito
curioso para ver como sua pura história de amor irá acabar. Seria uma comédia?
Ou talvez uma tragédia?"
Theodorus: "Escuta aqui...!"
Theodorus avançou no Shakespeare, agarrando ele
violentamente pelo colarinho.
O impacto balançou a taça de vinho na mão de Shakespeare,
espirrando o líquido vermelho em sua perna.
...Como respingos de sangue fresco.
Shakespeare: "Sim, é isso. O que eu vejo nesses
olhos tempestuosos seus, pequeno irmão? Devo te transformar em um personagem de
minhas peças também?"
Theodorus: "...Eu juro, eu vou te--"
Theodorus levou sua mão livre para trás com punhos
cerrados. Eles estava prestes a dar na cara do Shakespeare quando...
Saint-Germain:
"...Theo."
✦ Parte 3
Le Comte apareceu por trás, agarrando o braço musculoso
do Theo e o impedindo sem nenhum esforço.
Theodorus: "...Comte!"
O grande vampiro encarou os olhos do Theo por um tempo e
então gentilmente soltou o braço dele, com um sorriso sereno em seus lábios.
Saint-Germain: "Theo. Arthur está procurando por
você. Volte para dentro."
Theodorus: "Mas...!"
Saint-Germain: "...Eu cuido das coisas aqui. Você
entendeu?"
A voz do Le Comte ainda era gentil mas dominadora. E Theo
concordou silenciosamente antes de se virar e sair.
Shakespeare: "Não te preocupes, pequeno irmão. Tudo
o que eu disse essa noite foi meramente uma piada!"
Shakespeare: "Por favor, perdoe-me se minha piada lhe
ofendeu. Pense nisso como nada mais do que um sonho de uma noite de verão.
Theodorus: "...Se não for uma piada, eu vou atrás de
você e transformarei seu sonho em um pesadelo."
Theodorus: "...E eu farei com que você deseje que o
próprio diabo tivesse vindo te buscar e te levado de volta ao inferno, ao invés
de mim."
Theodorus rosnou em uma voz baixa sem se virar e então
voltou para dentro do salão de baile.
Shakespeare: "Heh...O amor que ele tem por seu irmão
é verdadeiramente tocante, não é? Quase traz uma lágrima em meu olho..."
Saint-Germain: "Will. Eu devo te dizer, estou
preocupado."
Shakespeare: "Oh? Até você está me acusando agora,
gentil Comte?"
Saint-Germain: "Estou preocupado com o seu bem estar."
Shakespeare: "Como é?"
Saint-Germain: "Você vive por seus trabalhos. São
eles que te dão vida."
Saint-Germain: "E estou preocupado que talvez um dia
essa paixão irá te consumir e te destruir."
Shakespeare: "Ahaha..."
A garganta de Shakespeare balançava para cima e para
baixo enquanto ele ria alto e um sorriso divertido brincava em seus lábios.
Shakespeare: "Comte, você é um homem muito estranho,
de fato! As vezes você é tão gentil que alguém pode quase confundir isso
com...crueldade."
Shakespeare: "Mas é precisamente por isso que eu
sempre gostei tanto de você..."
Shakespeare se virou e se afastou do Saint-Germain, e
então parou.
Shakespeare: "...Comte. A única coisa de que sou
digno é escrever."
Saint-Germain olhou de forma calma para o Shakespeare,
seu rosto era uma máscara que não traía o que ele pensou.
Shakespeare: "As vezes eu penso que se esse meu fogo
passional for o suficiente para me destruir, então que assim seja. Deixe-o me
consumir, eu diria!"
Saint-Germain: "Will."
Shakespeare: "Eu te desejo uma boa noite, querido
Comte."
✦ Parte 4
...E então a cortina caiu silenciosamente sobre a festa
agitada.
(Por que o Vincent está demorando tanto?)
Vincent foi procurar o Theo para que nós pudéssemos ir
para casa juntos.
(Eu preciso conversar com o Theo também...Eu sei que ele
anda muito preocupado com o Vincent ultimamente.)
Embora ele possa reclamar sobre isso, já que ele é tão
devotado ao seu irmão, eu tenho certeza que no fim ele ficará feliz por nós
dois.
Então, eu vi um rosto familiar vindo através da multidão.
Shakespeare: "......"
(Shakespeare...?)
Pequenos grupos de convidados da festa ainda estavam ali,
sorrindo e conversando sobre o tempo maravilhoso que tiveram.
Mas Shakespeare parecia se destacar na multidão.
O olhar em seu rosto era tão melancólico que te faria
pensar que era o fim do mundo, e antes que eu percebesse eu já estava chamando
seu nome.
Liriel: "...Shakespeare!"
Shakespeare: "...Liriel?"
Shakespeare: "Eu confesso, eu não esperava te ver
essa noite."
Meu olhar viajou até a mancha vermelha na calça do
Shakespeare.
Opções de Escolha: 2 - Isso é vinho?
Liriel: "...Isso é vinho?"
Shakespeare: "Sim. Eu fui apenas um pouco
atrapalhado. Mas por sorte a festa está no fim e eu devo partir sem ser
percebido."
(Mas...)
Liriel: "Perdoe-me, Shakespeare."
Eu me ajoelhei e enrolei meu lenço em volta do tecido manchado,
amarrando-o na parte de trás.
Liriel: "...Pode não parecer muito bom, mas é melhor
do que ter uma mancha aí para todos verem."
Shakespeare: "...Liriel?"
Liriel: "Você deve lavar assim que chegar em casa.
Deixe-me pensar....como você tira mancha de vinho tinto da roupa....Água com
gás?"
Shakespeare: "... Você se preocupa com
outro quando está no precipício da alegria?"
Shakespeare de repente estendeu a mão e pegou um punhado
do meu cabelo, deixando-o cair na palma de sua mão.
Shakespeare: " Essa sua sincera bondade foi
a única coisa que comoveu o coração do gentil Vincent?"
Liriel: "...Que?"
Shakespeare: "Não é nada. Muitos agradecimentos por
isso."
Ele sorriu e então desapareceu na noite.
Shakespeare subiu na carruagem e disse ao cocheiro onde
levá-lo.
Ele se inclinou contra o encosto e suspirou.
Ele olhou para o lenço puramente branco amarrado ao redor
de sua perna, escondendo a mancha vermelha escura por baixo dele.
Era quase como se a escuridão dentro dele tivesse sido
coberta de branco. Ele franziu a testa.
Shakespeare: "...Por agora, eu devo somente observar
os dois amantes desafortunados."
...Mas só por agora.
✦ Parte 5
No dia seguinte a festa, as coisas voltaram ao normal na
mansão.
Exceto por uma coisa.
Liriel: "...Theo?"
Vincent: "...Theo?"
Theodorus: "......"
(...Por alguma razão o Theo não disse uma palavra para
mim desde a noite passada.)
E o motivo estava claro.
Eu disse para ele que eu e Vincent confessamos nossos
sentimentos um para o outro, e ele não disse uma palavra desde então.
(Eu fui ingênua em pensar que ele ficaria feliz por nós.)
(Eu já deveria saber. Eu juro, ele leva esse negócio de
irmão super-protetor a um outro nível!)
Arthur: "Pffft! Não precisa ficar tão desanimada,
Liriel ."
Arthur: "Eu não acho que o Theo é contra vocês dois
ficarem juntos."
Arthur: "Pensa nisso -- Foi o Theo que ajudou vocês
dois a ficarem juntos em primeiro lugar, certo?"
Arthur: "Então é difícil acreditar que ele seja
totalmente contra a idéia."
Liriel: "É verdade..."
Arthur: "Viu? O motivo pelo qual Theo está
aborrecido é porque..."
Theodorus: "ARTHUR!"
Theo avançou no Arthur, tentando colocar sua mão sobre a
boca dele, mas Arthur foi mais rápido que ele.
Arthur: "Ele está triste porque acha que você está levando
embora o precioso irmão dele."
Theodorus: "Você vai pagar por isso..."
Arthur: "Aww..olha só! Ele está corando! Meus
poderes de dedução são certeiros como sempre."
(Ah, então é isso?)
Liriel: "Hehe...é só isso? Que alívio."
Theodorus: "Vem cá, sua cadelinha! Eu vou limpar
esse sorriso do seu rosto!"
Liriel: "Eeek!!"
Vincent: "Schei uit, Theo. E se acalme."
Vincent suavemente acariciou Theo na cabeça e deu um doce
sorriso para ele.
Vincent: "Eu amo sim a Liriel, mas você sabe que eu
sempre vou te amar também, Theo."
Vincent: "Pode ser um tipo diferente de amor....Mas
eu amo vocês dois, muito."
Vincent: "Afinal de contas, ninguém pode tirar o
lugar da Liriel do meu coração, assim como ninguém pode tirar o seu."
Theodorus: "...Broer!!"
Liriel: "Vincent..."
(Eu posso praticamente ver a auréola de anjo na cabeça do
Vincent...)
Arthur: "...Sabe, eu estive pensando isso por um
tempo, mas Vincent é um conquistador natural, não é?"
Theodorus: "...*suspiro*. Está bem, Liriel. Eu
aprovo."
Liriel: "Hã?"
Theodorus: "Eu disse que eu aprovo você ser a
namorada do meu irmão!"
✦ Resumo do Capítulo 17:
Agora que nós somos um casal, as coisas parecem estar
bem.
"Por favor, me deixa te pintar. Eu quero que você me
ensine ainda mais emoções."
Vincent olhou profundamente nos meus olhos...
─── ・ 。゚☆: *.☽ .* :☆゚. ───
.Traduzido por Lu Zhou.
☆ 周棋洛 Miss Chips ☆
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