✩ Mitsuhide Akechi ✩
(Droga. Como pode a tira da minha sandália quebrar na
pior hora possível?)
Eu estava voltando do mercado com uma pilha enorme de
tecido.
(Meus braços estão cheios carregando minhas compras, como
eu vou conseguir arrumar isso?)
Suspirando pra mim mesma, eu me agachei para olhar melhor
meu pé.
Mitsuhide: “Ora, essa não é uma garota qualquer. É a
Liriel.”
Liriel: “Mitsuhide!”
Eu olhei pra cima e encontrei seu rosto pálido olhando
pra mim com uma expressão divertida.
Mitsuhide: “Ah, então a tira da sua sandália decidiu
quebrar logo quando você estava carregando um punhado de pacotes?”
Mitsuhide: “Que azar. Apesar que isso parece exatamente o
tipo de coisa que aconteceria com você.”
Analisando a situação de imediato, Mitsuhide foi direto
me provocar.
(Ele é um maldoso como sempre.)
Liriel: “Está tudo bem! Eu vou achar uma solução.”
Mitsuhide: “Não seja teimosa. Deixa eu carregar suas
coisas pra você.”
(Hm? Ele está se oferecendo pra ajudar?)
Liriel: “Tem certeza?”
Mitsuhide: “Sim.”
Quando ele se abaixou, a linha de visão do Mitsuhide
ficou no mesmo nível que a minha.
E quando nossos olhares se cruzaram, meu coração
acelerou.
Mitsuhide: “Aqui, vamos.”
(Hã?)
De repente, ele pegou meu corpo todo em seus braços.
(Espera, por que--?)
Liriel: “Mitsuhide, me põe no chão!”
Mitsuhide: “Wow, essa bagagem com certeza fala demais.”
(Quando ele disse que carregaria minhas coisas, ele quis
dizer que iria me carregar junto com elas?)
Mitsuhide: “Cuidado. Continue segurando esses tecidos.
Eles são importantes pra você, certo?”
Liriel: “É, mas—“
Quando eu quase derrubei meus tecidos, ele os pegou com
destreza e os empilhou de volta nos meus braços.
(Ser carregada desse jeito é meio vergonhoso, mas eu
estou agradecida pela ajuda.)
Quando nós começamos a andar, eu escondi meu rosto contra
o peito do Mitsuhide.
Liriel: “Hm, então, obrigada.”
Liriel: “Você diz umas coisas bem maldosas às vezes. Mas
na verdade você é bem gentil, Mitsuhide.”
Mitsuhide: “Eu não estou fazendo isso pra ser gentil.”
Mitsuhide: “Você ficará me devendo por isso, só pra você
saber.”
(Eu devo a ele? Mas na verdade eu nem pedi pela ajuda
dele em primeiro lugar!)
O sorriso interesseiro que ele me deu fez com que minhas
palavras ficassem presas na garganta.
Mitsuhide: “E quanto mais você demorar pra me retribuir,
mais juros vai ter que incluir.”
Liriel: “Eu vou te retribuir! Deixa eu te retribuir agora
mesmo!”
Mitsuhide: “Oh?”
Assim que eu deixei escapar essas palavras, eu sabia que
tinha cometido um erro.
............................
(Bem, aqui estamos nós. Mas eu realmente não sei o que
fazer depois.)
Liriel: “Então, o que exatamente você quer que eu faça?”
Mitsuhide: “Eu não tenho certeza. Não pensei muito sobre
isso.”
Sentando de frente pra mim, Mitsuhide se esquivou da
minha pergunta encolhendo os ombros.
Liriel: “Mas foi você que me trouxe para o seu palácio!”
Mitsuhide: “É que foi tão engraçado quando você ficou
toda nervosa por causa da minha provocação, que eu não pude evitar.”
Mitsuhide: “E sua falta de auto-preservação é uma
verdadeira maravilha.”
(Arght, não consigo pensar em uma resposta pra isso.)
Mitsuhide: “Bem, já que você me seguiu até aqui tão
obedientemente, talvez eu deva te tratar como um cachorrinho perdido.”
Liriel: “Um cachorrinho?”
Eu senti um calor crescer nas minhas bochechas quando ele
se inclinou pra frente e olhou profundamente em meus olhos.
Mitsuhide: “Liriel—“
Ele chamou meu nome em um tom incrivelmente doce e meu
coração acelerou.
Liriel: “O que foi?”
Com um sorriso nunca oscilante em seu rosto, ele estendeu
a palma da sua mão direita pra mim.
Mitsuhide: “Aperta.”
Liriel: “Hã—“
(Ele está realmente me tratando como um cachorro?)
Eu não gostei disso, mas eu tinha prometido a ele que
iria retribuir.
Então, eu coloquei minha mão em cima da dele.
Liriel: “Aqui, feliz?”
Mitsuhide: “Wow, eu não achei que você fosse realmente
fazer isso.”
Liriel: “Arght. Você ainda está me provocando?”
Mitsuhide: “Não fica brava. A sua agradabilidade é uma de
suas qualidades mais charmosas.”
(Ele está me chamando de charmosa agora? Ele ainda deve
estar me provocando.)
Mitsuhide: “Aqui, bons filhotes ganham carinho na cabeça.”
(Ah--)
Frustração se espalhava pelo meu peito enquanto ele
acariciava meu cabelo.
Liriel: “Por favor, para de fazer essas coisas.”
Mitsuhide: “Você não gosta disso?”
(Não é que eu não goste, na verdade, mas isso faz eu me
sentir confusa.)
(Ele está sempre me provocando e me enrolando em seus
caprichos.)
Mesmo assim, de alguma forma, o toque gentil dos seus
dedos me fazia enlouquecer por dentro.
Liriel: “Você é tão malvado.”
Mitsuhide: “Você disse isso antes, também.”
Quando ele afastou sua mão, eu escolhi ignorar a ponta de
decepção que eu senti.
Mitsuhide: “Entendo. Bem, já que você está visitando
minha casa, eu vou te alimentar com algumas guloseimas.”
Liriel: “Guloseimas? Você realmente não precisa se incomodar
com isso.”
Mitsuhide: “É só uma coisa que recebi como presente. E eu
não ligo pra doces de qualquer forma.”
Mitsuhide se levantou e pegou uma caixa da prateleira.
Abrindo a tampa, Mitsuhide tirou um dos doces da caixa.
Mitsuhide: “Abra, Liriel.”
(Ele não está planejando me alimentar?)
Mitsuhide: “Vou te alimentar eu mesmo.”
Liriel: “Você vai continuar me tratando como um
cachorrinho, hein?”
Mitsuhide: “Bem, eu acho isso surpreendentemente
divertido.”
Mitsuhide: “E esse parece ser um preço baixo a pagar para
você acertar seu débito comigo.”
(Ele tem razão. Eu posso imaginar o Mitsuhide vindo com
maneiras muito mais humilhantes de me fazer pagar.)
Liriel: “Ok. Me alimente.”
Já decidida, eu me aproximei da mão do Mitsuhide.
Mitsuhide: “Fica.”
Liriel: “Ah—“
O seu comando apressado me fez congelar sem pensar duas
vezes.
Mitsuhide: “Você ficou bem obediente.”
Liriel: “Mitsuhide?”
Mitsuhide: “Boa garota. Aqui está seu doce.”
Mitsuhide falou de novo antes que eu tivesse tempo pra
argumentar.
Liriel: “Caramba—“
Eu olhei pra ele enquanto pegava o doce da mão dele com a
boca.
Mitsuhide: “Não encare. Você deveria estar agradecida de
saber que você está me mantendo entretido.”
(Ele é incorrigível.)
Ele penteou suavemente meus cabelos com seus dedos e o
calor continuou a crescer em meu peito.
(Ele realmente parece estar gostando disso.)
E por alguma razão, o olhar em seu rosto fazia cócegas no
meu estômago.
(Parece que eu na realidade me tornei o animal de
estimação do Mitsuhide.)
Liriel: “Você realmente deveria parar de provocar quem
quer que seja, sempre que quiser.”
Mitsuhide: “Quem quer que seja, sempre que quiser? Você
está enganada.”
Mitsuhide: “Eu não faço isso com ninguém a não ser você.”
Liriel: “Só comigo?”
Mitsuhide: “Sim. Porque você é tão fofa.”
A doçura na voz dele se espalhou em mim como veneno.
(Não, eu não posso deixar ele me seduzir.)
Liriel: “Fofa—como um cachorrinho, você quer dizer?”
Mitsuhide: “Sim, é isso.”
(Eu sabia.)
Quando uma dor aguda atingiu meu peito,
O rosto do Mitsuhide ficou sério.
Mitsuhide: “Mas, não—um cão não faria uma cara como essa.”
Liriel: “Mitsuhide?”
Ele tocou minha bochecha quente e encontrou meu olhar.
Mitsuhide: “O jeito que você olha pra mim, a maneira como
você reage ao meu toque—faz com que seja difícil resistir.”
Mitsuhide: “Eu devia estar feliz por simplesmente admirar
um cão obediente de longe.”
Mitsuhide: “Então, por que é que às vezes eu quero mais
de você do que isso?”
(Por que ele está me olhando desse jeito?)
Os olhos do Mitsuhide piscavam com um calor perigoso.
Um calor que fazia emoções confusas se agitarem na boca
do meu estômago.
**FIM**
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